Sedentarismo é principal fator de mortalidade cardiovascular em Curitiba, aponta estudo

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Pesquisa revela que sedentarismo é o principal fator de risco para doenças cardíacas fatais

Um estudo realizado por médicos da Quanta Diagnóstico por Imagem revelou que o sedentarismo é o fator de risco modificável mais associado às mortes cardiovasculares em Curitiba ao longo de uma década. Aproximadamente 40% das mortes relacionadas a doenças cardíacas foram atribuídas à falta de atividade física.

Publicada na revista científica International Journal of Cardiology, a pesquisa foi conduzida pelos médicos Miguel Morita Fernandes da Silva, Julia de Conti Pelanda, Larissa M. Vosgerau, Gustavo S.P. Cunha, Karoline C. Vercka, Andre Crestani, Gianne M. Goedert, Rodrigo J. Cerci, Odilson M. Silvestre, Wilson Nadruz e João Vicente Vítola.

O estudo avaliou 25.127 pessoas entre 2010 e 2020, selecionando pacientes com 18 anos ou mais, residentes em Curitiba, que nunca tiveram infarto, angioplastia ou cirurgia de revascularização do miocárdio.

“Conectamos nossos dados com o Sistema de Informação em Mortalidade de Curitiba, que registra todos os óbitos de residentes na cidade”, explicou o Dr. Miguel Morita, coordenador do estudo.

Os pacientes foram acompanhados e realizaram exames de cintilografia de perfusão miocárdica para verificar a contribuição dos fatores de risco modificáveis (como pressão alta, diabetes, colesterol alto, tabagismo, obesidade e sedentarismo) nas mortes cardiovasculares.

“Esperávamos que o controle desses fatores de risco reduzisse os índices de mortalidade por doenças cardiovasculares”, comentou o Dr. Morita.

No entanto, os resultados mostraram que mais da metade das mortes cardiovasculares eram atribuíveis a esses fatores de risco, sem mudanças significativas ao longo de 10 anos.

O sedentarismo foi o fator mais impactante, responsável por cerca de 40% das mortes, seguido pela hipertensão (17%) e diabetes (15%). Isso indica que, se todos deixassem de ser sedentários, 40% das mortes poderiam ser evitadas.

“O sedentarismo aumenta o risco de morte tanto por desencadear outros fatores de risco quanto por seus efeitos diretos no sistema cardiovascular. Está associado ao aumento de peso, pressão arterial, e piora do perfil de colesterol e glicêmico”, alertou o Dr. Morita.

Ele destacou que a prática regular de exercícios físicos melhora a função cardíaca, a função endotelial (revestimento interno das artérias) e a eficiência da extração de oxigênio pelos músculos.

Apesar de Curitiba ser uma cidade com muitas áreas verdes e parques, dados do VIGITEL indicam um alto índice de sedentarismo. Dr. Morita fez recomendações tanto para a população quanto para os médicos.

“Observamos que o impacto dos fatores de risco permaneceu o mesmo em 10 anos. Isso mostra que precisamos melhorar nosso trabalho, tanto como profissionais de saúde quanto como sociedade, cuidando desses fatores diariamente. Médicos devem orientar exercícios, e pacientes devem seguir essas recomendações para se tornarem mais ativos. Convidamos todos a adotar hábitos mais saudáveis para prolongar a vida.”

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