O boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado na última quinta-feira (18/7), indica uma manutenção na redução de novas hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no país. Contudo, alguns estados ainda registram aumento de hospitalizações por vírus respiratórios. Na Região Sudeste, a maioria dos estados apresenta um crescimento nas hospitalizações por influenza, vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus. No Norte, Amapá, Roraima e Pará continuam a registrar aumento de hospitalizações em crianças pequenas, causadas por VSR e rinovírus. Apesar de a Covid-19 ainda circular em níveis baixos no país, ela é a segunda maior causa de óbitos por SRAG em idosos nas últimas semanas. A análise mostrou um leve aumento na atividade da Covid-19 em alguns estados do Norte e Nordeste, especialmente no Ceará, Piauí e Amazonas, onde a maioria das hospitalizações por SRAG em idosos nas últimas semanas foi causada pela Covid-19.
Tatiana Portella, pesquisadora do Programa de Processamento de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e do Boletim InfoGripe, destaca uma consolidação na interrupção do crescimento dos casos de VSR e influenza A em alguns estados do Centro-Sul. No entanto, segundo Portella, a maioria dos estados do Sudeste ainda mostra um crescimento nos casos de influenza, VSR e rinovírus. A análise também revela que alguns estados do Norte mantêm o aumento de VSR e rinovírus em crianças pequenas.
Em nível nacional, o InfoGripe aponta sinais de queda de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e estabilidade na tendência de curto prazo (últimas três semanas). Este cenário se deve a uma queda ou interrupção no crescimento de SRAG por VSR e influenza A em muitos estados, embora ainda haja ascensão em alguns. A análise é referente à Semana Epidemiológica 28, de 7 de junho a 13 de julho, e se baseia nos dados do Sivep-Gripe até 29 de junho.
Os pesquisadores do InfoGripe ressaltam a necessidade de atenção por parte da área de saúde e cuidados da população. Portella enfatiza a importância da vacinação contra a Covid-19 e influenza, recomendando que todas as pessoas elegíveis se vacinem. Outras medidas importantes incluem o uso de máscaras em locais fechados e com pouca circulação de ar, bem como nos postos de saúde.
“Em caso de aparecimento de sintomas, além de procurar um médico, é importante, se possível, ficar em casa em isolamento para se recuperar e evitar transmitir os vírus, especialmente para grupos de risco como idosos, crianças pequenas e pessoas com comorbidades”, orienta Portella.
A pesquisadora observa que a Covid-19 permanece em níveis baixos em comparação ao histórico de circulação, mas tem sido a principal causa de internação por SRAG entre os idosos no Amazonas, Ceará e Piauí nas últimas semanas. Alguns estados do Norte e Nordeste também têm registrado uma leve atividade da Covid-19. “É importante que hospitais e unidades sentinelas de síndrome gripal nessas regiões reforcem a atenção a qualquer sinal de aumento na circulação do vírus”, conclui.
Estados e Capitais
De acordo com a atualização, seis unidades da Federação apresentam crescimento de casos de SRAG na tendência de longo prazo: Amapá, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Roraima e São Paulo. Entre as capitais, dez mostram sinal de crescimento de casos de SRAG: Belém (PA), Boa Vista (RR), Cuiabá (MT), Macapá (AP), Maceió (AL), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), São Paulo (SP), Teresina (PI) e Vitória (ES).
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 21,5% para influenza A, 1,0% para influenza B, 38,8% para VSR e 8,7% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a prevalência foi de 40,7% para influenza A, 1,1% para influenza B, 17,9% para VSR e 26,2% para Sars-CoV-2 (Covid-19).
Ano Epidemiológico 2024
Em 2024, foram notificados 97.469 casos de SRAG, sendo 47.401 (48,6%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 36.829 (37,8%) negativos e ao menos 7.664 (7,9%) aguardando resultado laboratorial. Os dados de positividade para semanas recentes podem sofrer alterações em atualizações subsequentes devido ao fluxo de notificação e inserção dos resultados laboratoriais.
Entre os casos positivos de 2024, 19,3% são de influenza A, 0,4% de influenza B, 45,0% de VSR e 18,8% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 21,5% para influenza A, 1,0% para influenza B, 38,8% para VSR e 8,7% para Sars-CoV-2 (Covid-19).
Óbitos por SRAG em 2024
Em relação aos óbitos por SRAG em 2024, foram registrados 5.982 óbitos, sendo 3.243 (54,2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 2.220 (37,1%) negativos e ao menos 153 (2,6%) aguardando resultado laboratorial. Entre os positivos de 2024, 28,2% são de influenza A, 0,5% de influenza B, 10,2% de VSR e 55,5% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 40,7% para influenza A, 1,1% para influenza B, 17,9% para VSR e 26,2% para Sars-CoV-2 (Covid-19).