Smartphones são o principal item de vendas no comércio eletrônico brasileiro, gerando R$ 10,3 bilhões no ano passado.
O Observatório do Comércio Eletrônico Nacional, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), informou na terça-feira (3) que o comércio eletrônico no Brasil registrou um crescimento de 4% em 2023 em comparação a 2022, movimentando R$ 196,1 bilhões ao longo do ano. O valor registrado representa mais de cinco vezes o montante de 2016, que foi de pouco mais de R$ 39 bilhões.
Os estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais concentraram 60% dos negócios realizados no comércio eletrônico ao longo de 2023, de acordo com o Observatório.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do Mdic, Uallace Moreira, há um desafio em promover a inclusão digital e a distribuição de renda no país, destacando que o comércio eletrônico tem um papel importante no desenvolvimento nacional.
Perfil de Compras:
Conforme dados do Observatório do Comércio Eletrônico Nacional, que utiliza informações de notas fiscais eletrônicas da Receita Federal, os smartphones foram os itens mais vendidos no e-commerce brasileiro em 2023, gerando um total de R$ 10,3 bilhões. Em seguida, as vendas de livros, brochuras e impressos movimentaram R$ 6,4 bilhões; televisores, R$ 5,3 bilhões; refrigeradores e congeladores, R$ 5 bilhões; tablets, R$ 4,4 bilhões; e complementos alimentares, R$ 3,7 bilhões.
Os produtos mais vendidos variam de estado para estado. Em Minas Gerais, os calçados lideraram as vendas; no Espírito Santo, foram os aparelhos de ar-condicionado. Refrigeradores e congeladores foram os itens mais comprados em Santa Catarina e Paraíba, enquanto automóveis lideraram as vendas em Goiás. No Distrito Federal, os livros foram os mais vendidos.
Adesão ao Comércio Online:
O levantamento também apontou diferenças regionais significativas no e-commerce no Brasil. O Sudeste registrou a maior parte das vendas online (73,5%), seguido pelo Sul (15,2%), Nordeste (7%), Centro-oeste (3%) e Norte (1,3%). Quando analisado o local de origem das compras, o Sudeste foi o destino de 55,6% dos negócios, seguido por Sul (16,8%), Nordeste (15,8%), Centro-oeste (8,3%) e Norte (3,3%).
O MDIC e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) estão desenvolvendo o projeto E-commerce.BR, que visa aumentar a participação de pequenos negócios no comércio online, com previsão de lançamento até o fim do ano. O objetivo é melhorar o desempenho financeiro desses negócios por meio de soluções inovadoras, principalmente em regiões onde o comércio eletrônico ainda tem baixa adesão. As transações interestaduais representaram 62% do total, enquanto as transações dentro do próprio estado corresponderam a 38%.