Moody’s eleva classificação da dívida do governo brasileiro

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Agência atribui ao Brasil nota Ba1, um nível abaixo do grau de investimento.

A Moody’s, agência de classificação de risco, aumentou a nota da dívida pública do Brasil, com perspectiva positiva, indicando a possibilidade de nova elevação nos próximos meses. O anúncio foi feito na terça-feira (1º). A classificação do país subiu de Ba2, dois níveis abaixo do grau de investimento, para Ba1, um nível abaixo dessa categoria. O grau de investimento indica que um país apresenta baixo risco de inadimplência em sua dívida pública.

Em seu comunicado, a agência apontou uma melhora significativa no crédito do Brasil, atribuída ao crescimento econômico robusto e às reformas econômicas e fiscais recentes. A Moody’s ressaltou a importância do compromisso do governo com metas fiscais e com a estabilização da dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).

Entre as reformas destacadas pela agência está a reforma tributária, que, segundo a Moody’s, deve melhorar o ambiente de negócios e a alocação de recursos, ampliando o potencial de crescimento econômico no longo prazo. A agenda de transição energética também foi mencionada como um fator para atrair investimentos privados e reduzir a vulnerabilidade do país a choques climáticos.

Em relação às contas públicas, a Moody’s espera uma melhora gradual nos resultados fiscais primários do governo nos próximos três anos, impulsionada por medidas para aumentar a arrecadação, especialmente focadas nas classes mais ricas, e por iniciativas de revisão de despesas.

Apesar do nível elevado de dívida pública e juros altos, a agência destacou que o Brasil possui ativos líquidos expressivos. Desde 2006, o país é credor externo, com reservas internacionais que superam a dívida externa. Além disso, o governo brasileiro se financia predominantemente em moeda local no mercado doméstico, evitando a necessidade de recorrer ao financiamento externo.

Esforço

O Ministério da Fazenda informou, em nota, que o governo está empenhado em melhorar as contas públicas, buscando aumentar a arrecadação e controlar os gastos. A pasta destacou que a estabilização da relação dívida/PIB e um balanço fiscal mais sólido contribuirão para a redução das taxas de juros e a melhoria das condições de crédito, favorecendo o aumento dos investimentos públicos e privados.

Desde 2017, a Moody’s classificava o Brasil dois níveis abaixo do grau de investimento. A atual nota da Moody’s é superior à de outras agências de risco. Em julho de 2023, a Fitch elevou a nota brasileira para dois níveis abaixo do grau de investimento, e em dezembro de 2022, a S&P Global também aumentou a classificação do país para esse mesmo patamar.

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