Número de universitários no Brasil chega a quase 10 milhões, o maior em nove anos

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Censo indica que cotistas têm maior taxa de conclusão de curso em comparação com não cotistas. Prouni e Fies contribuíram para esse resultado.

O número de estudantes matriculados em cursos de ensino superior no Brasil, considerando tanto modalidades presenciais quanto a distância, aumentou 5,6% em 2023 em relação a 2022. Segundo dados do Censo de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), são 9,9 milhões de alunos, o maior número registrado nos últimos nove anos.

O censo também revela que 4,9 milhões desses estudantes estão matriculados em cursos a distância, representando 49% do total. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) projeta que em 2024 o número de estudantes em cursos a distância deverá ultrapassar o de matriculados em cursos presenciais. Atualmente, a diferença entre as duas modalidades é de 150.220 alunos.

Educação a distância
Entre 2018 e 2023, o número de cursos a distância no país cresceu 232%, com a pandemia de Covid-19, em 2020, impulsionando esse formato. Instituições privadas respondem por 79,3% das matrículas nos cursos de educação a distância (EADs). De 2022 para 2023, houve um crescimento de 7,3% no número de matrículas na rede privada. Já nas instituições públicas, houve uma queda de 0,4% nas matrículas em EADs, que agora representam 20,7% do total.

Celso Niskier, diretor-presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), comentou que o crescimento das matrículas no ensino superior confirma as tendências apontadas pelas pesquisas e que o número de alunos nos cursos a distância praticamente igualou o de cursos presenciais. Ele destacou ainda que o principal desafio é garantir a qualidade da educação a distância, que tem contribuído para a ampliação do acesso ao ensino superior no país.

Cotas
O Censo de 2023 também revelou que 51% dos alunos cotistas concluíram seus cursos, índice superior ao dos não cotistas, que foi de 41%. O Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) foram apontados como fatores que contribuíram para esses resultados.

Outro dado inédito do Censo mostrou que, entre aqueles que concluíram o ensino médio em 2022, 27% ingressaram no ensino superior no ano seguinte. Os maiores percentuais de alunos que chegaram à educação superior estão entre estudantes de escolas federais (58%) e da rede privada (59%).

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