Com o resultado de setembro, a inflação acumulada em 12 meses alcançou 4,42%, próxima ao limite da meta do Banco Central.
A inflação no Brasil voltou a subir em setembro após registrar uma queda de 0,02% em agosto. De acordo com o IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de setembro com alta de 0,44%, sendo influenciado principalmente pelo aumento da tarifa de energia elétrica. A energia elétrica passou de uma queda de -2,77% em agosto para um aumento de 5,36% em setembro, devido à aplicação da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,463 à conta de luz a cada 100 kWh consumidos.
Com esse resultado, a inflação acumulada em 12 meses atingiu 4,42%, aproximando-se do teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 3% com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Até agosto, o índice estava em 4,24%.
Especialistas indicam que o risco de o índice ultrapassar a meta aumentou com a ativação da bandeira vermelha patamar 2, em vigor a partir de outubro, que adiciona R$ 7,877 para cada 100 kWh consumidos. Além disso, o avanço da inflação pode influenciar a decisão do Banco Central de continuar elevando a taxa básica de juros (Selic), que na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) subiu de 10,5% para 10,75% ao ano.
Entre os nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IBGE, os maiores impactos no índice de setembro vieram de Habitação (1,80%) e Alimentação e bebidas (0,50%), que contribuíram com 0,27 ponto e 0,11 ponto percentual, respectivamente. Outros grupos variaram de -0,31% em Despesas pessoais a 0,46% em Saúde e Cuidados Pessoais.
No grupo Habitação, além do aumento da energia elétrica, houve também elevação no preço do gás de botijão (2,40%). Já no grupo Alimentação e bebidas, a alimentação em casa subiu 0,56%, após dois meses de queda. Produtos como mamão (10,34%), laranja-pera (10,02%), café moído (4,02%) e contrafilé (3,79%) tiveram aumentos, enquanto itens como cebola (-16,95%), tomate (-6,58%) e batata inglesa (-6,56%) registraram quedas.
No grupo Transportes, houve um aumento nos preços das passagens aéreas (4,64%), enquanto os combustíveis (-0,02%) apresentaram variação negativa, com quedas na gasolina (-0,12%) e no diesel (-0,11%), mas altas no etanol (0,75%) e no gás veicular (0,03%).