Investigações começaram após notícia-crime do TSE sobre registro do presidente no Partido Liberal
Nesta quarta-feira (30), a Polícia Federal cumpre mandado de busca e apreensão no âmbito da operação Infiliatio, que investiga a falsa filiação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Partido Liberal (PL), registrado em julho de 2023. A ação ocorre em Dourados, Mato Grosso do Sul.
A investigação foi iniciada a partir de uma notícia-crime do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao identificar a filiação do presidente ao partido de oposição, liderado por Valdemar Costa Neto e com Jair Bolsonaro entre os filiados. Em janeiro de 2024, a PF abriu inquérito para apurar a fraude após solicitação do TSE.
Segundo a Polícia Federal, a investigação indica que não houve invasão direta no Sistema de Filiação Partidária (FILIA) do TSE. A fraude teria ocorrido no preenchimento do pedido de filiação, contendo dados falsos em nome do presidente, que foi aprovado após a moderação de um funcionário do PL, cuja atuação também está sob investigação.
De acordo com a PF, o uso de dados falsos ocorreu já no início do procedimento, com o preenchimento de informações pessoais e políticos, além do envio de selfie e documentos, endereço, telefone e e-mail para iniciar o processo de filiação.
O processo de filiação partidária segue a Resolução nº 23.596, de 20 de agosto de 2019, do TSE, que regula o encaminhamento de dados de filiados à Justiça Eleitoral. Os envolvidos podem responder por invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica e falsa identidade. A investigação prossegue para identificar outras possíveis fraudes e a motivação dos responsáveis.