Região contabiliza 9,3 milhões de casos de dengue em 2024, o dobro do ano anterior; no Brasil, aumento é de 230%; taxa de mortalidade regional fica abaixo de 0,05%, segundo Opas, devido a medidas de controle.
Em 2024, a América Latina e o Caribe registraram 9,3 milhões de casos de dengue, o dobro do total de 2023. De acordo com a atualização epidemiológica da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a taxa de mortalidade na região permanece abaixo da meta de 0,05%.
Medidas de controle
No Brasil, o número de casos relatados neste ano é de 7.866.769, um aumento de 230% em relação ao mesmo período de 2023. A taxa de incidência acumulada é de 3.676 infectados por 100 mil habitantes. Entre esses casos, 5.210 (0,07%) foram graves e 3.643 óbitos foram registrados, resultando em uma taxa de letalidade de 0,046%.
O diretor da Opas, Jarbas Barbosa, atribui o baixo número de mortes aos esforços dos países e ao apoio da agência de saúde da ONU, destacando a necessidade de manter a vigilância, fortalecer as medidas de prevenção e controle, e garantir atendimento médico oportuno.
Em 2024, a região da América Latina e Caribe registrou mais de 9,5 mil casos de dengue grave e pouco mais de 4,5 mil mortes. Em comparação com o mesmo período de 2023, houve um aumento nos casos em toda a região.
A expansão territorial do mosquito Aedes aegypti, principal vetor da doença, é um dos fatores que contribuem para o aumento dos casos, ampliando seu alcance para áreas anteriormente não afetadas, possivelmente devido a fatores como o El Niño e as mudanças climáticas.
Além disso, a rápida expansão urbana não planejada e o crescimento populacional, combinados com serviços precários de água e saneamento, criaram condições favoráveis para a proliferação de mosquitos em objetos descartados e recipientes que acumulam água. A redução do contato entre humanos e o vírus da dengue, devido às medidas de confinamento e restrições de viagem durante a pandemia de Covid-19, pode ter aumentado o número de pessoas suscetíveis.
Vigilância contra o mosquito
A Opas trabalha em conjunto com os países e territórios da região para implementar planos de prevenção e controle da dengue. Esses planos são baseados na Estratégia de Gestão Integrada para Prevenção e Controle de Arboviroses, adotada pelos Estados-membros desde 2003. As medidas incluem a coordenação intersetorial, o fortalecimento da vigilância epidemiológica, a melhoria do manejo clínico oportuno e o manejo integrado do Aedes aegypti, com foco na comunicação e na participação da comunidade.
Para aprimorar as capacidades do pessoal de saúde no diagnóstico clínico e no manejo de pacientes com dengue, a Opas apoiou o treinamento de mais de 430 mil profissionais e estudantes de medicina e enfermagem na região.
Hemisfério Norte
Com a aproximação da estação de pico da dengue no hemisfério norte, a Opas recomenda que os países e territórios intensifiquem os esforços para detectar e prevenir casos. A Opas sugere que os governos aumentem a conscientização da comunidade sobre a eliminação de locais de reprodução de mosquitos, adotem medidas de proteção pessoal para evitar picadas e garantam atendimento médico adequado e oportuno aos pacientes.
As populações são incentivadas a procurar atendimento médico imediato em caso de sinais de alarme e a tomar medidas de proteção pessoal contra picadas de mosquito.