Autoembargo do Brasil assegurou clareza aos mercados, diz Fávaro

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Após a identificação de um caso da doença de Newcastle em uma granja de Anta Gorda (RS), o Ministério da Agricultura suspendeu temporariamente a exportação de produtos avícolas para 44 países.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta segunda-feira (22), em São Paulo, que a decisão do governo brasileiro de adotar o autoembargo após a confirmação de um caso da doença de Newcastle no Rio Grande do Sul foi importante para assegurar a segurança do mercado externo e minimizar riscos.

Após a identificação de um caso da doença de Newcastle em uma granja de Anta Gorda (RS), o Ministério da Agricultura suspendeu temporariamente a exportação de produtos avícolas para 44 países, estabelecendo diferentes raios de restrição. Esses raios variam de dez quilômetros da área afetada até todo o território brasileiro, dependendo do mercado.

Segundo o ministro, essa estratégia foi mais eficaz do que restringir apenas pequenas áreas e depois ampliá-las, o que poderia causar a impressão de que os casos da doença estavam aumentando. “O que fizemos foi fechar o estado e demonstrar que não há outros casos, que este foi um caso isolado. Na granja onde o caso foi identificado, apenas um animal foi diagnosticado com Newcastle. O protocolo foi seguido, com o extermínio dos animais, enterramento e isolamento, tudo isso foi feito com transparência, o que permitirá a reabertura dos mercados rapidamente”, disse Fávaro a jornalistas após participar de uma reunião do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sobre o Plano Safra 2024/2025.

O ministro não especificou prazos, mas informou que o governo tem se reunido diariamente com os mercados compradores de carne de frango para reduzir as áreas de restrição do autoembargo.

“É uma negociação país a país, bloco a bloco, mas acreditamos que, com as evidências de não contaminação do restante do plantel, isso será liberado rapidamente”, acrescentou Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do ministério.

Anistia

Durante o evento na Fiesp, o ministro também confirmou a possibilidade de anistia de dívidas para produtores do Rio Grande do Sul afetados por chuvas e enchentes. De acordo com ele, a medida provisória sobre essa anistia está em processo de elaboração e poderá ser publicada até o dia 30 de julho. “Estamos no processo de construção [da MP]. Mas até dia 30 queremos publicar essa medida provisória”, disse o ministro.

“Não posso dizer que vamos anistiar todos os produtores. Mas para aqueles que enfrentaram enchentes em suas propriedades, como eles irão honrar os compromissos de financiamento do custeio que está vencendo? Com critério técnico, é possível que haja anistia dessas dívidas de custeio e do investimento para os anos de 2024 e 2025. Paralelamente, há linhas de crédito para reconstrução”, explicou o ministro.

Plano Safra

Durante o evento, o ministro dirigiu-se ao setor agro e pediu paciência, mencionando que houve uma reação exagerada dos produtores diante do atraso no lançamento do Programa Safra. Segundo o ministro, o programa foi finalizado em 26 de junho, mas o anúncio foi adiado devido a compromissos na agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Tínhamos programado o anúncio do Plano Safra para 27 de junho. Mas nos dias 28, 29 e 30 de junho, o presidente Lula tinha compromissos fora de Brasília. Nos dias 1 e 2 de julho ele também estava fora de Brasília. Então decidimos lançar o Plano Safra no dia 3 de julho, dois dias após o término do Plano Safra anterior. E isso já aconteceu antes”, explicou Fávaro.

“Ninguém precisa gostar do governo, do presidente Lula ou de mim. Não estamos em um concurso de simpatia. O setor é muito importante para o Brasil e todas as nossas ações visam a abertura dos mercados e o crescimento do setor. Mas a intolerância está se tornando incômoda”, afirmou. “A oposição é legítima e indica que vivemos em uma democracia. Mas a intolerância está ficando incômoda”, destacou.

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