Região Sudeste foi responsável por 55% desse total, revela ABREMA
Avisos como “Proibido jogar lixo e entulho neste local” são comuns em diversos lugares. Entretanto, jogar lixo nas ruas pode resultar em altos custos. A pesquisa Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2023, da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA), revela que os municípios brasileiros gastaram aproximadamente R$ 29,2 bilhões com limpeza urbana em 2022.
Guillermo Glassman, sócio da SPLaw e doutor em direito pela PUC-SP, destaca que o aumento na geração de resíduos e as práticas inadequadas de descarte podem gerar custos elevados. “Os lixões, que são áreas de descarte de lixo a céu aberto sem controle ambiental, causam grandes prejuízos ao meio ambiente e às populações próximas”, comenta Glassman.
A pesquisa mostra que a região Sudeste foi responsável por 55% do total de gastos. Em termos de custos per capita, o Sudeste também lidera, destinando cerca de R$ 15,70 mensais por habitante para limpeza urbana, acima da média nacional de R$ 11,96 por habitante por mês.
Os serviços de limpeza urbana incluem varrição de vias, limpeza de áreas públicas, coleta, transporte, tratamento e disposição final de resíduos sólidos urbanos, conforme o estudo.
O Panorama 2023 projeta que o mercado de limpeza urbana como um todo, incluindo gastos municipais e privados, movimentou cerca de R$ 31,2 bilhões em 2022, um aumento de 4,2% em relação a 2021.
As regiões Norte e Nordeste registraram as maiores variações em gastos totais, com aumentos de 9,8% e 9,0%, respectivamente. O Centro-Oeste também superou a média nacional com um aumento de 6,1%. As regiões Sudeste e Sul apresentaram aumentos de 2,5% e 0,8%, respectivamente.
Fabricio Soler, advogado e sócio da S2F Partners, consultoria especializada em gestão de resíduos e economia circular, aponta que a situação poderia ser diferente. Segundo ele, o cenário atual poderia ser evitado. “A gestão de resíduos no Brasil está estagnada. O índice de coleta está entre 91% e 93%, o que significa que 18 milhões de brasileiros ainda descartam lixo em suas próprias casas ou em terrenos baldios, sem coleta”, afirma Soler.
Fonte: Brasil 61