Convênios de R$ 4,2 milhões apoiarão pesquisas e atividades culturais no sudoeste do Paraná

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Itaipu assinou acordos com a Unioeste e a Agência de Desenvolvimento do Sudoeste para analisar agrotóxicos e expandir o projeto Ponto de Cultura

Investimentos da Itaipu Binacional viabilizarão avanços nas pesquisas sobre o impacto dos agrotóxicos na saúde humana e a ampliação de um projeto cultural em Francisco Beltrão (PR). Dois convênios, totalizando R$ 4,2 milhões, foram assinados na tarde de sexta-feira (14), na sede da Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop), como parte do programa Itaipu Mais que Energia.

Um dos convênios, firmado com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), destina R$ 2.603.079,77 para a compra de um espectrômetro de massa de alta precisão, que será usado na análise de contaminação por agrotóxicos e sua relação com o câncer de mama na região.

O outro convênio, assinado com a Agência de Desenvolvimento do Sudoeste do Paraná, amplia o projeto Ponto de Cultura, iniciado em 2020 em Francisco Beltrão, para mais 15 municípios da região. O investimento total é de R$ 1.895.000,00, sendo R$ 1.649.952,00 da Itaipu e o restante de contrapartida da Agência. A previsão é que aproximadamente 3 mil pessoas por ano, incluindo crianças, adolescentes e idosos, sejam beneficiadas com atividades esportivas, culturais, educacionais, segurança alimentar e atendimento psicossocial.

Participaram da solenidade o diretor-geral brasileiro, Enio Verri; o diretor de Coordenação, Carlos Carboni; o vice-reitor da Unioeste, Gilmar Ribeiro de Mello; o presidente da Agência de Desenvolvimento do Sudoeste do Paraná, Rogerio Sidral; deputados federais e estaduais; autoridades municipais e representantes de 30 entidades atendidas pelo Fundo de Auxílio Eventual da Itaipu.

Enio Verri ressaltou que os convênios refletem a linha de investimentos da Itaipu. “O Ponto de Cultura, além de promover inclusão, vai fomentar o debate ambiental”, disse. “A pesquisa da Unioeste, se comprovar a relação entre agrotóxicos e câncer, possibilitará a criação de políticas públicas para enfrentar o problema.”

Carlos Carboni destacou a importância da temática ambiental em todos os projetos apoiados pela Itaipu. “Trabalhamos com valores como sustentabilidade e cuidado com o meio ambiente em todas as nossas ações”, afirmou.

Pesquisas

A pesquisa da Unioeste começou em 2016, em uma parceria entre os professores Carolina Panis, do curso de pós-graduação em Ciências da Saúde, e Luciano Zanetti Candiotto, do curso de pós-graduação em Geografia. O objetivo é identificar o nível de contaminação das populações expostas a agrotóxicos no Oeste e Sudoeste do Paraná. Com o convênio, a análise poderá ser feita com maior precisão, graças à aquisição de novos equipamentos e melhorias nos laboratórios.

O estudo avalia a relação dos agrotóxicos com doenças, especialmente o câncer de mama. Inicialmente, foi realizado um levantamento sobre a problemática dos agrotóxicos no mundo, no Brasil e, principalmente, nas regiões Oeste e Sudoeste do Paraná. Também foi analisada a taxa de câncer de mama na região. “Pesquisas preliminares indicam uma relação entre agrotóxicos e câncer. Com o novo equipamento, será possível obter mais precisão nas informações”, explicou Gilmar de Mello.

Ponto de Cultura

Criado em 2020, por profissionais recém-formados de várias áreas, o Ponto de Cultura inicialmente atendia cerca de 500 pessoas, incluindo crianças, adolescentes, idosos e mulheres em situação de violência, em bairros pobres de Francisco Beltrão. Com os novos investimentos, o projeto será ampliado para 15 cidades da região, atendendo até 3 mil pessoas por ano.

O coordenador do projeto, professor de história Ricardo Callegari, afirmou que o investimento da Itaipu profissionaliza o Ponto de Cultura, que passa de um projeto voluntário a um programa sistematizado. “Sem esses recursos, não conseguiríamos alcançar esse nível”, disse.

Estão previstas oficinas esportivas (handebol, basquete, capoeira e artes marciais), culturais (aulas instrumentais, grafite, dança), educacionais (reforço escolar e cursinho pré-vestibular), de segurança alimentar (hortas comunitárias, agrofloresta e permacultura) e atendimento psicossocial.

ASC/ITAIPU BINACIONAL

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