Mesmo com a redução, o valor da DPF permanece dentro das projeções. O Plano Anual de Financiamento prevê que o estoque encerrará 2024 entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões.
A Dívida Pública Federal (DPF) apresentou queda em agosto, influenciada pelo vencimento de títulos atrelados à inflação, ficando abaixo de R$ 7,1 trilhões. De acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta segunda-feira (30), o montante passou de R$ 7,139 trilhões em julho para R$ 7,035 trilhões no mês passado, uma redução de 1,46%.
O relatório, inicialmente previsto para ser divulgado no dia 26 de setembro, foi adiado devido à greve dos servidores do Tesouro Nacional. A publicação ocorreu no último dia útil do mês, como exigido por normativo.
Apesar da queda em agosto, a DPF segue dentro do intervalo previsto pelo Plano Anual de Financiamento (PAF), que foi revisado em setembro e estipula que o estoque da dívida deve fechar 2024 entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões.
A Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi), referente aos títulos emitidos no mercado doméstico, caiu 1,55%, passando de R$ 6,822 trilhões em julho para R$ 6,716 trilhões em agosto. O Tesouro resgatou R$ 163,17 bilhões em títulos a mais do que emitiu, principalmente em papéis atrelados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A redução foi parcialmente compensada pela apropriação de R$ 57,46 bilhões em juros.
O Tesouro emitiu R$ 107,55 bilhões em títulos da DPMFi no mês, dos quais R$ 59,74 bilhões foram em títulos corrigidos pela Taxa Selic. Esses papéis atenderam à demanda e compensaram parcialmente os vencimentos de R$ 267,63 bilhões em títulos prefixados, ocorridos no início do trimestre.
A Dívida Pública Federal externa (DPFe) aumentou 0,48%, passando de R$ 317,63 bilhões em julho para R$ 319,17 bilhões em agosto, devido à correção de juros, uma vez que o dólar teve uma leve queda de 0,1%.
Devido à greve, o governo não divulgou os dados referentes ao colchão da dívida pública em agosto, nem a distribuição dos detentores da DPF. Em julho, o colchão de liquidez era de R$ 1,105 trilhão, suficiente para cobrir 8,2 meses de vencimentos.
A emissão de títulos corrigidos pela Selic elevou a proporção desses papéis na dívida de 44,95% em julho para 46,85% em agosto. Já os títulos prefixados subiram de 21,33% para 22,2% no mesmo período. A parcela de títulos corrigidos pela inflação recuou de 29,28% para 26,43%, devido ao vencimento de papéis. A dívida atrelada ao câmbio subiu de 4,44% para 4,52%, por conta da correção de juros.
O prazo médio da DPF aumentou de 4,03 para 4,11 anos, indicando maior confiança dos investidores na capacidade do governo de honrar suas obrigações. A dívida pública é o mecanismo pelo qual o governo obtém recursos de investidores, comprometendo-se a devolvê-los com correção futura, que pode ser atrelada à Selic, inflação, câmbio ou ser prefixada.