Marina Silva alerta sobre situação crítica no Pantanal  

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Ministra afirma que incêndios são causados por ação humana

A ministra do Meio Ambiente e das Mudanças do Clima, Marina Silva, informou nesta segunda-feira (24) que os incêndios no Pantanal estão sendo intensificados por extremos climáticos e ações criminosas.

“Estamos diante de uma das piores situações já vistas no Pantanal. Toda a bacia do Paraguai está em escassez hídrica severa”, afirmou a ministra.

Marina Silva falou após a segunda reunião da sala de situação de crise com outros ministros, incluindo Simone Tebet (Planejamento) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), além de representantes da Defesa e da Justiça. Ela explicou que o período entre os fenômenos El Niño e La Niña, com estiagem na região, resultou em uma grande quantidade de matéria orgânica suscetível à combustão, propiciando incêndios fora do comum.

Segundo Marina Silva, o Ministério do Meio Ambiente vem planejando desde outubro do ano passado ações para antecipar as consequências dos incêndios.

“Pela primeira vez, houve um plano de enfrentamento a incêndio no Pantanal. Nós fazemos política pública com base em evidência. Já sabíamos que este ano seria severo”, disse a ministra.

Em resposta à situação, o ministério decretou emergência quanto ao fogo e à contratação de brigadistas. Atualmente, há 175 brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 40 do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 53 combatentes da Marinha e bombeiros locais em atuação. “Teremos um adicional de 50 brigadistas do Ibama e 60 da Força Nacional, além da mobilização de mais brigadistas conforme a necessidade.”

Novo Normal

Marina Silva mencionou que a seca na região indica um “novo normal”, com a pior estiagem dos últimos 70 anos. “Estamos vendo um agravamento de um problema climático, similar ao que ocorreu com as chuvas no Rio Grande do Sul. Sabíamos que haveria seca na Amazônia e no Pantanal. Neste período, não há incêndios causados por raios; são ações humanas.”

Segundo a ministra, mais de 80% dos incêndios ocorrem em propriedades particulares. “Temos responsabilidade sobre as unidades de conservação federal, mas estamos agindo em 20 incêndios.”

Simone Tebet destacou a importância da ação do governo de Mato Grosso do Sul ao decretar emergência ambiental. “Isso nos permite criar créditos extraordinários. Não faltará recurso para resolver. Mas não há orçamento que resolva a falta de consciência da população.”

Marina Silva também lembrou da necessidade de aprovação pelo Congresso da Lei do Manejo Integrado do Fogo. “Infelizmente, ainda não foi aprovada. Gostaríamos que fosse aprovada em caráter emergencial.”

Proibição do Uso do Fogo

Marina Silva mencionou um pacto com os governos do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e os estados da Amazônia. “Os governos estaduais decretaram a proibição definitiva do fogo em pastagens até o final do ano. Qualquer uso do fogo para renovação de pastagem ou qualquer atividade será considerado delito.”

A ministra associou os municípios com maior desmatamento aos incêndios, citando Corumbá (MS) como exemplo. “É o município que mais desmatou e onde há mais incêndios.”

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, acrescentou que há atenção especial para Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. “O maior foco de incêndio está em Mato Grosso do Sul, mais de 50% no município de Corumbá.” Ela destacou a colaboração dos governos estaduais ao decretar a proibição do manejo controlado de fogo até o final do ano.

“Mesmo os fogos controlados que eram permitidos no Pantanal estão terminantemente proibidos por determinação dos governos estaduais”, ressaltou.

EBC

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