VIP é administrada aos 2, 4 e 6 meses, enquanto a vacina oral é aplicada aos 15 meses e aos 4 anos
Desde 2012, o Ministério da Saúde incluiu a vacina inativada contra poliomielite, a VIP, no Calendário Nacional de Vacinação, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde. A partir de 2016, a VIP passou a ser aplicada aos 2, 4 e 6 meses de idade, enquanto a vacina oral, conhecida como gotinha, passou a ser administrada aos 15 meses e aos 4 anos.
O infectologista Victor Bertollo, chefe da Assessoria de Mobilização Institucional e Social para Prevenção de Endemias da Subsecretaria de Vigilância à Saúde do Distrito Federal, explica que a VIP, uma vacina de vírus inativado, oferece proteção contra os três sorotipos da pólio. Segundo ele, a estratégia de usar a VIP antes da gotinha aumenta a segurança do esquema vacinal.
“A vacina oral, por ser um vírus vivo atenuado, em casos muito raros — em indivíduos com alguma predisposição ou imunodeficiência —, podia causar uma síndrome semelhante à poliomielite causada pelo vírus selvagem. Isso era extremamente raro, ocorrendo em um caso a cada um milhão de doses. Com a administração da vacina inativada primeiro, esse risco foi praticamente eliminado”, explicou Bertollo.
A poliomielite foi considerada eliminada no Brasil em 1994, junto com os demais países das Américas, após intensas campanhas de vacinação com a vacina oral. O personagem Zé Gotinha, criado em 1986, continua sendo o símbolo das campanhas de vacinação no país.
O diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti, destaca que o vírus da poliomielite ainda circula em outros países, tornando essencial a mobilização dos profissionais de saúde e dos responsáveis para vacinar as crianças.
“A poliomielite causou paralisia e morte em muitas crianças por décadas. Graças à vacinação, o Brasil não registra nenhum caso desde 1989. Embora a doença tenha sido eliminada aqui, ela ainda existe no mundo e pode ser reintroduzida. Por isso, é crucial que os pais levem seus filhos menores de cinco anos para verificar e atualizar a caderneta de vacinação”, afirmou Gatti.
A biomédica Thais Ceciliano, moradora do bairro Riachuelo no Rio de Janeiro, é mãe das gêmeas Catarina e Isabela, de 2 anos. Mesmo seguindo o esquema vacinal, ela levou as meninas para tomar uma dose de reforço este ano.
“Mesmo com a carteira de vacinação em dia, é importante participar da campanha para manter a erradicação da poliomielite. A imunização é essencial para proteger nossas crianças contra essa doença e evitar complicações graves”, disse Ceciliano.
Todas as crianças menores de 5 anos devem receber as doses necessárias conforme o calendário nacional de vacinação. O esquema vacinal inclui três doses de vacina inativada aos 2, 4 e 6 meses, além de duas doses de reforço com a vacina oral bivalente.
O Ministério da Saúde reforça que a vacinação é a melhor maneira de proteger as crianças contra doenças imunopreveníveis. As vacinas estão disponíveis durante todo o ano nos postos de saúde, e são seguras e eficazes.
Procure uma unidade básica de saúde e contribua para a saúde das crianças. Apoie o Movimento Nacional pela Vacinação.