O resultado atual do IPR-Alimentos e Bebidas, calculado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social, foi 0,83% superior ao observado durante o mês de maio (1,03%)
Com quedas nos preços do feijão-preto (-8,33%), cebola (-5,88%) e feijão-carioca (-5,52%), e altas na batata-inglesa (11,78%), leite integral (9,10%) e queijo muçarela (6,94%), o Índice de Preços Regional Alimentos e Bebidas do Paraná variou 1,86% em junho.
O resultado atual do IPR-Alimentos e Bebidas, calculado pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), foi 0,83 ponto percentual superior ao registrado em maio (1,03%) e mais acentuado em Cascavel (2,76%), seguido por Maringá (2,10%), Ponta Grossa (1,82%), Londrina (1,81%), Curitiba (1,40%) e Foz do Iguaçu (1,28%). A redução no preço do feijão-preto foi de -11,76% em Foz do Iguaçu, -11,28% em Londrina, -8,00% em Maringá, -7,85% em Ponta Grossa, -6,85% em Cascavel e -3,99% em Curitiba. “Leguminosas como feijões-pretos e carioca tiveram quedas devido ao abastecimento aquecido e uma produtividade satisfatória da última colheita”, explicou o diretor de Estatística do Ipardes, Marcelo Antonio.
Por outro lado, o aumento nos preços da batata-inglesa deveu-se à transição das safras e à consequente restrição de oferta do produto, com maior variação em Cascavel (15,32%), seguida por Curitiba (13,57%), Maringá (13,53%), Ponta Grossa (10,26%), Foz do Iguaçu (9,88%) e Londrina (8,30%).
O resultado de junho foi fortemente influenciado pelo aumento do leite integral, que sozinho contribuiu com 0,80 ponto na variação mensal, seguido por queijo muçarela, café e batata-inglesa. “Apenas o leite, isoladamente, foi responsável por 43% do resultado mensal. Entre os fatores que contribuíram estão a sazonalidade, marcada pela entressafra do inverno, o desestímulo à importação do leite e o agravamento da produção leiteira no Rio Grande do Sul, pelas fortes chuvas do segundo trimestre. O aumento no preço do leite também tem como consequência a elevação de preços de derivados, como foi o caso do queijo muçarela”, disse Antonio.
Primeiro Semestre: O primeiro semestre de 2024 fechou com o IPR-Alimentos e Bebidas apresentando resultado acumulado de 7,35%, influenciado principalmente pelo aumento no preço do leite integral, café, batata-inglesa, queijo muçarela, alho e tomate, que juntos somaram variação semestral de 5,95%.
O custo dos alimentos em 2024, explicou o diretor do Ipardes, é reflexo de fenômenos climáticos extremos como elevação da temperatura, chuvas intensas e períodos de seca que afetaram a produção agrícola, resultando em quebra de safras e menor produtividade. Parte da demanda interna foi suprida por importações em um cenário de desvalorização cambial.
Safras satisfatórias e um ciclo pecuário favorável aumentaram a disponibilidade de feijão-preto, feijão-carioca e carnes no mercado interno, contribuindo para a queda no preço desses itens no semestre.
De janeiro a junho, 21 dos 35 produtos avaliados no IPR-Alimentos e Bebidas apresentaram alta. Os principais aumentos foram na batata-inglesa (50,76%), alho (43,75%) e leite integral (32,54%). Já os itens com preços menores foram banana-caturra (-19,21%), feijão-preto (-12,96%), feijão-carioca (-11,78%), margarina (-6,49%) e contrafilé (-4,79%).
Variação de 12 Meses: Em relação ao índice acumulado nos últimos 12 meses no Paraná, a variação ficou em 7,17%. Regionalmente, o índice acumulado entre julho de 2023 e junho de 2024 foi maior em Cascavel (8,69%), seguido por Foz do Iguaçu (7,41%), Londrina (7,32%), Ponta Grossa (7,16%), Maringá (7,02%) e Curitiba (5,40%).
As quedas mais relevantes nesse período ocorreram na margarina (-12,80%), farinha de trigo (-9,03%) e costela bovina (-8,29%), favorecidas pelo ciclo pecuário e maior disponibilidade interna. A margarina apresentou a maior retração em Curitiba (-14,19%), Cascavel (-13,96%), Foz do Iguaçu (-12,44%), Londrina (-12,33%), Maringá (-12,13%) e Ponta Grossa (-11,73%).
Os aumentos acumulados foram registrados na cebola (76,59%), batata-inglesa (68,02%) e laranja-pera (58,48%), reflexos de queda na produção e aumento da importação em um cenário de dólar valorizado. A cebola teve aumento de 87,73% em Londrina, seguida por Maringá (82,84%), Ponta Grossa (81,77%), Foz do Iguaçu (71,03%), Curitiba (68,84%) e Cascavel (68,33%).
“Nos últimos 12 meses, fatores climáticos impactaram a produção da cebola, batata-inglesa e laranja. Isso gerou uma queda na produção interna. O ciclo pecuário contribuiu para a disponibilidade de carne no mercado interno, resultando em queda nos preços dos cortes bovinos pesquisados pelo IPR”, explicou Antonio.
