Presidente do IBGE propõe transformar instituição em central de dados oficiais

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Debate ocorreu na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados

O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Márcio Pochmann, defendeu a ideia de que o instituto se torne o coordenador principal dos dados oficiais do país. Durante uma audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, ele enfatizou que essa transformação requer não apenas uma legislação específica, mas também um fortalecimento substancial do orçamento do órgão.

Pochmann lembrou que, no passado, o IBGE tinha uma relação direta com o presidente da República. No entanto, ao longo do tempo, perdeu espaço e recursos, resultando na criação de bancos de dados por outros ministérios, como Serpro, Dataprev, Inep e Datasus.

Ele ressaltou que coordenar os dados nacionais é uma questão de soberania nacional, destacando que essa vasta quantidade de informações pessoais armazenadas e utilizadas por empresas estrangeiras sem gerar emprego, compartilhar tecnologia ou pagar impostos representa um desafio para o país.

Apesar das limitações atuais, Pochmann mencionou esforços em curso para integrar dados de educação, saúde e previdência. Ele sublinhou a importância de manter informações precisas e regulares para combater a desinformação e as fake news, citando o papel crucial do IBGE na contestação de informações falsas, como a respeito da inflação no país.

Cleiton Batista, diretor do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatística, destacou que 60% dos trabalhadores do IBGE são contratados temporários, com condições precárias especialmente para pesquisas contínuas como a Pnad. Ele enfatizou a necessidade de melhorar as condições de trabalho desses profissionais.

Pochmann também enfatizou os desafios futuros do IBGE, incluindo a realização de 17 pesquisas de orçamento familiar e o censo agropecuário de 2026, ano em que o instituto completará 90 anos. Para 2024, estão programadas mais de 300 pesquisas, abrangendo desde dados climáticos até índices inflacionários, essenciais para orientar políticas públicas.

A pesquisadora Mercedes Bustamante, representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), ressaltou que as estatísticas do IBGE são fundamentais para decisões de investimento estrangeiro, fornecendo dados comparativos entre países que influenciam diretamente essas decisões.

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