UEM torna-se a primeira universidade estadual do Paraná aprovada pela Acnur

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Refugiados poderão acessar cursos, bolsas, serviços de assistência e revalidar diplomas na universidade

A Universidade Estadual de Maringá (UEM) foi a primeira Instituição Estadual de Ensino Superior (IEES) do Paraná e a segunda universidade pública no estado a receber aprovação do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) para implementar a Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM). Esta iniciativa, criada pela ONU em 2003, busca promover atividades de educação, pesquisa e extensão acadêmica voltadas para a população refugiada no Brasil.

A iniciativa facilita o acesso de refugiados a direitos e serviços por meio de parcerias com instituições de ensino públicas e privadas. Nos próximos dias, será formalizado o protocolo de intenções entre a UEM e o Acnur.

O professor Marcio Cassandre, diretor do Escritório de Cooperação Internacional (ECI) e responsável pela proposta enviada ao Acnur, afirmou que essa aprovação é um avanço nas ações de educação superior para refugiados na cidade e região. Ele destacou que a participação da UEM no grupo de universidades ligadas à Cátedra permitirá a troca de experiências e acesso a novos recursos e parcerias.

O reitor da UEM, Leandro Vanalli, afirmou que a aprovação pelo Acnur reflete o engajamento da universidade em seus três pilares: ensino, pesquisa e extensão. Ele mencionou que a participação na Cátedra está alinhada com a missão social da UEM e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial os relacionados à educação e à redução das desigualdades.

A Cátedra Sérgio Vieira de Mello atualmente inclui 42 instituições de ensino superior em 13 estados e no Distrito Federal. No Paraná, além da UEM, fazem parte da CSVM a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o Centro Universitário Curitiba (UniCuritiba).

A UEM iniciará suas atividades da Cátedra Sérgio Vieira de Mello com as seguintes ações:

  • Programa de recepção a refugiados palestinos
  • Programa de acolhimento de cientistas ucranianos
  • Expansão dos cursos de Português como Língua Adicional (PLA)
  • Oferta de vagas em cursos de graduação
  • Revalidação de diplomas
  • Tutoria para estudantes
  • Disponibilização do exame de proficiência em português Celpe-Bras
  • Projeto de Acolhimento de Estudantes Internacionais
  • Criação de uma Política e de um Comitê Gestor para Refugiados e Migrantes
  • Representação Permanente no Conselho de Direitos Humanos
  • Intercâmbio Virtual e desenvolvimento de Competências Globais
  • Projetos de Pesquisa e Extensão sobre Refúgio e Migração
  • Oferta de auxílio-alimentação
  • Estágio curricular no curso de Psicologia
  • Inclusão da disciplina “Psicologia, Diversidade Cultural e Migrações”

Essas ações visam assegurar a continuidade e a ampliação dos serviços oferecidos aos refugiados, promovendo sua integração na sociedade.

Os dados mais recentes da Cátedra Sérgio Vieira de Mello indicam que, entre 2022 e 2023, mais de 660 refugiados ingressaram em instituições de ensino superior no Brasil, sendo 613 em graduação, 39 em mestrado e 12 em doutorado. Esse número representa um aumento de 30% em relação ao período anterior, que contou com 496 participantes.

Além disso, foram revalidados 154 diplomas de refugiados e apátridas; 962 vagas específicas foram oferecidas para refugiados em cursos de graduação, e 1,8 mil refugiados participaram de cursos de português. No âmbito da extensão, foram realizados mais de 6,3 mil atendimentos jurídicos e cerca de 580 atendimentos de saúde para refugiados.

A Cátedra também mantém 52 grupos de pesquisa dedicados ao estudo do deslocamento forçado, envolvendo 762 pesquisadores em todo o país.

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