Estrela do esporte e do cinema, preso por assalto e absolvido do assassinato da mulher: relembre trajetória de OJ Simpson, morto aos 76 anos

Ex-estrela do futebol americano, O.J. Simpson, quando deixou a prisão sob liberdade condicional — Foto: Arquivo / Jason Bean / The Reno Gazette-Journal via AP Photo

A trajetória de OJ Simpson, o ex-jogador de futebol americano que morreu nesta quinta-feira (11) aos 76 anos nos Estados Unidos, foi marcada pelo sucesso no esporte e nas telas de cinema, mas também por uma derrocada que incluiu uma perseguição cinematográfica, um grande julgamento e uma condenação.

O ex-jogador morreu de câncer em Las Vegas, segundo confirmou sua família nas redes sociais.

OJ Simpson começou a ficar conhecido ao se destacar como running back no futebol americano universitário. Ele ganhou o Troféu Heisman de melhor jogador do país e, depois, construiu uma carreira de sucesso na NFL, a principal liga do esporte, quando virou um ídolo nacional.

Depois de se aposentar como atleta, OJ Simpson migrou para o cinema, quando ganhou ainda mais fama. Como ator, emplacou diversos sucessos de bilheteria, especialmente com a trilogia “Corra que a Polícia Vem Aí”, estrelada por Leslie Nielsen. Ele também estrelou diversos comerciais televisivos.

Nos anos seguintes, no entanto, sua trajetória como ídolo nacional nos EUA foi bruscamente interrompida: em 1994, sua ex-mulher, Nicole Brown Simpson, e um amigo dela, Ron Goldman, foram encontrados mortos a facadas na casa dela, em Los Angeles.

Ford Bronco branco (dir.) usado na fuga de OJ Simpson em 1994 — Foto: Mike Nelson/AFP/Arquivo

Ford Bronco branco (dir.) usado na fuga de OJ Simpson em 1994 — Foto: Mike Nelson/AFP/Arquivo

OJ Simpson foi preso apontado como o principal suspeito. O ex-atleta tentou fugir — e a tentativa, cinematográfica, chegou a interromper a programação televisiva nos EUA, no exato momento do primeiro jogo da Copa do Mundo de futebol de 1994, que acontecia exatamente nos EUA.

O julgamento posterior do ex-atleta também foi transmitido ao vivo e para o mundo inteiro. OJ Simpson acabou absolvido (leia mais abaixo).

Anos depois, no entanto, OJ Simpson voltava aos tribunais: ele foi preso novamente, e desta vez, condenado por assalto à mão armada de artigos esportivos históricos, com uma pena de nove anos.

Em 2021, ele cumpriu toda a sua pena e se tornou um homem livre. A pena foi antecipada em dois meses por bom comportamento. O ex-atleta foi libertado da prisão em 2017 e cumpriu o restante da pena em regime aberto.

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OJ Simpson é um homem livre após fim de sua liberdade condicional

Série

O julgamento de OJ Simpson por duplo homicídio ganhou tanta atenção mundial que o caso acabou virando uma série de televisão do canal FX. Chamada de “The People vs. OJ Simpson: American Crime Story”, a série foi ao ar em 2016 e ganhou um Emmy.

Simpson foi absolvido dessa acusação em 1995 por um júri de Los Angeles, em um caso denunciado por muitos como um circo midiático que ficou conhecido como o “Julgamento do Século”, estrelado por advogados famosos.

Houve uma reviravolta no caso: um par de luvas encontradas na cena do crime que foram apresentadas como aquelas que o assassino usou não couberam em suas mãos.

O veredicto foi recebido com descrença por muitos americanos, e a opinião sobre a culpa do atleta foi fortemente dividida em termos raciais.

Processo civil pelo homicídio

Simpson foi absolvido criminalmente, mas um processo na Justiça cível foi aberto em 1997 e, nesse caso, ele foi condenado a pagar US$ 33,5 milhões em danos à família de Ron Goldman.

Simpson sempre se declarou inocente e negou que tentou fugir durante a famosa caçada humana, apesar de ignorar o prazo dado pela polícia para se entregar.

O ex-jogador afirmou a um detetive da polícia de Los Angeles por telefone durante a perseguição em baixa velocidade para “avisar a todos que ele não estava fugindo”, e sim visitando o túmulo de Nicole.

Uma mochila contendo o passaporte e dinheiro de Simpson, além de uma pistola, encontrada pela polícia no carro, levou muitos a questionarem suas intenções, porém a promotoria nunca as apresentou como prova.

Mais tarde, Simpson escreveu um livro intitulado “Se eu tivesse feito”, que fornecia uma descrição hipotética dos assassinatos.

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